Para pensar uma beleza integrativa

Falar em beleza integrativa é ir além da beleza, olhando para quem somos e o que construímos com nossos atos e perspectivas de mundo.

Beleza com B Maiúsculo

Já falamos aqui no blog sobre beleza consciente, com uma definição de beleza lá que vai ser um pouco diferente da que usaremos aqui. Para falar de beleza integrativa precisamos expandir o conceito de beleza, lembrando que ele vai muito, mas muito além dos padrões de beleza estabelecidos socialmente.

Ele inclusive não se curva a esses padrões, compreendendo que ampliar o que compreendemos como belo faz com que entre nessa categoria todas as diferentes formas de existir no mundo, seja através de nosso corpo, nossas expressões e identidades assim como o bem estar não somente nosso, mas dos seres ao nosso redor e de todos que habitam esse planeta.

Aqui, mudamos nosso olhar, ajustamos nossas lentes para ver a potência da beleza em tudo que existe, ao invés de tentar mudar aquilo que olhamos.

Integrativa: Nós Como Protagonistas

Integrar nos dá a ideia de incluir algo em uma rotina que já existe, mas aqui podemos pensar além – podemos não nos restringir a integrar mais coisas materiais, mas sim integrar saberes e práticas, novas formas de pensar e se relacionar com a beleza e o bem estar.

Uma das definições da medicina integrativa é trazer o paciente para um papel de protagonista de seu tratamento, em uma aliança junto a seu médico para uma rotina que inclui, claro, tratamentos médicos e terapêuticos que integram a medicina ocidental com outras formas tradicionais de promover a saúde, mas que muito além disso nos torna autônomos para sair do lugar da passividade e assumir um papel mais ativo na busca de uma vida saudável.

Quando falamos em beleza integrativa, é essa a integração que buscamos.

O Cuidar de si Para Além da Pele

Quando pensamos em beleza é comum que pensemos na superfície de nosso corpo: suas características, formas, texturas, cheiros que mudam da cabeça aos pés, de uma pessoa para outra.

A saúde de nossa pele é integrada a todo nosso organismo, desde o que comemos até como está nossa mente e nossas emoções, o que torna indispensável pensar nosso cuidado também de forma integrada.

Para a beleza integrativa, é conhecendo essas conexões que passamos a entender a pele como um espelho, um reflexo de nossos hábitos que nos auxilia na jornada de auto conhecer e buscar formas de viver mais coerentes com aquilo que acreditamos ser direito de todos os seres: uma vida mais equilibrada, que respeita nossos ciclos, nossas necessidades básicas, apreciando nossos potenciais e o tempo que temos disponível em nossa existência.

A Beleza Para Além de Si

Segundo a psicóloga Kristin Neff, nossa autoestima está relacionada a nos sentirmos em eterna comparação com outros. Se queremos ser melhores, queremos ser melhores que alguém, certo? Precisamos ser mais bonitas que outras mulheres, mais inteligentes que outras pessoas, sempre buscando estar acima da média. Essa média que queremos superar é composta por seres humanos que estamos julgando e nos comparando constantemente.

Para pensar a beleza integrativa, é preciso integrar nossas diferenças enquanto apenas diferenças, sem um ideal superior e outro inferior de beleza a partir de condições genéticas, socioeconômicas e culturais para alcançar padrões pré-estabelecidos por um sistema que se alimenta da nossa frustração.

A beleza integrativa busca construir coletivamente as bases para que todos os seres possam apreciar a beleza simples e acessível que é viver com dignidade, equanimidade e respeito às diferenças, apreciando o que é belo em suas mais diversas manifestações – da superfície à profundidade.